E hoje comemoramos mais um dia das mães, esta data é muito especial, por ter um dia especifico para comemorar, embora mãe é todos os dias.
E por acaso esta semana mesmo me recordei que aos 16 anos fui mãe e veja bem passei mal bocados na gestação e na maternidade.
Durante os 4 meses, morando na casa da meus pais, todos os dias ouvia a mesmas palavras após chegar do trabalho...
"Eu não era o exemplo para estar próxima a minha irmã caçula, eu era um erro e deveria ir embora, seu pai vai te matar, sua irresponsável, você não sabe o mal que faz em mim? Ah! mas, você vai pagar, etc...
Muitas noites eu chorava silenciosamente na cama, enquanto meu namorado que hoje é meu marido trabalhava e procurava um imóvel para juntos irmos morar.
Após a procura do imóvel e a realidade de que nossos salários não pagariam um aluguel, fomos morar no fundo da casa dos sogros.
Foram mais cinco meses a espera da criança que mudaria minha vida e minha forma de pensar e agir.
Já não seria aquela adolescente que queria ser aceita no grupo, agora seria mãe com responsabilidades e muito trabalho.
Na noite do dia 26 de julho começo a sentir as primeiras contrações e vamos ao hospital publico, achávamos que já era o momento da chegada e nada.
Retornamos para casa, as dores perduraram a noite toda e eu as seis horas da manha já estava pronta para ir novamente ao hospital.
Chegando na maternidade chorosa, me internaram e por lá fiquei mais 12 horas chorando, gritando, esmurrando a parede com tamanha dor e com a falta de empatia de muitos profissionais que iam e vinham fazer exame de toque a cada grito meu.
Longas horas de muito choro e muito ouvir destes profissionais que eu não era adulta para transar agora aguenta a dor. Que eu não queria ser adulta? Estava chorando porque? E assim foram as longas horas até decidirem me levar para sala de cirurgia.
As 19h me levaram para a sala cirúrgica, onde a criança teria que nascer de parto normal, entre gritos do medico e dos meus da dor que sentia com empurrões na minha barriga para que o bebe nascesse, nascia aquele serzinho tão minúsculo, tão indefeso e tão carente de amor e eu naquele momento estava mais carente que aquele bebe.
Chorei demais, sozinha dentro daquela sala cirúrgica.
Agradeci a Deus pela perfeição do meu bebe, da minha pequena menina.
No dia seguinte embalei ela no meu colo e dei a ela um pouco de mim, do meu calor, do meu amor e do leite que transbordava.
Esqueci todos aqueles momentos terríveis dentro do hospital, pois agora não tinha tempo para dramas.
E assim depois de dois dias fomos para nossa casa, agora nós dois jovens adolescentes, iniciaríamos o dever, a responsabilidade de sermos pais.
E a mãe esquece as dores do parto, assim ela gera quantos filhos quiser.
E assim gerei mais dois depois da primeira.
Alguma vez me arrependi disso tudo? Não, nunca me arrependeria de ter gerado meus filhos com muito amor.
Não fui perfeita, errei, acertei, briguei, acalentei, mas nunca desisti de nenhum deles.
Amo incondicionalmente cada um deles.
Que tipo de pais nós fomos? Do tipo loucos, burros e bem intencionados!
Mary Marques
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